Vivemos numa sociedade imersa em stress e pressa: estudo, trabalho, família, preocupações… É por isso que a grande maioria da população afirma ter sentido sintomas de privação do sono em algum momento das suas vidas.
É claro que a privação ocasional do sono não é um problema grave, mas a privação contínua do sono pode ter um impacto na nossa vida diária e, em circunstâncias extremas, a privação do sono pode, em última análise, levar à morte.
“O sono, a boa nutrição e o exercício frequente são a base da boa saúde”, segundo Terry Cralle, um educador clínico certificado em Fairfax, Virginia. Três pilares interligados que devem ser geridos de forma independente.
Pode não o saber, mas durante o sono, os nossos corpos produzem hormonas que ajudam a controlar o apetite, o metabolismo e o processamento da glicose. O sono deficiente pode levar a um aumento da produção de cortisol pelo organismo, também conhecido como a hormona do stress. Além disso, a escumação durante o sono parece desestabilizar outras hormonas corporais. Liberta-se menos insulina após a ingestão, e isto, juntamente com o aumento do cortisol, pode levar a um excesso de glicose na corrente sanguínea e, assim, a um risco acrescido de diabetes tipo 2.
O descanso adequado é importante, mas o que acontece ao nosso corpo quando passamos demasiadas horas sem dormir?
ÀS 24 HORAS: COORDENAÇÃO, MEMÓRIA E JULGAMENTO PREJUDICADOS
De acordo com um estudo publicado no International Journal of Occupational Medicine and Environmental Health, as consequências da falta de sono às 24 horas são comparáveis à deficiência cognitiva de uma pessoa com um teor de álcool no sangue de 0,10 por cento.
“O julgamento é prejudicado, a memória é prejudicada, a tomada de decisões é prejudicada e a coordenação mãos-olhos é reduzida”, diz Cralle. “A emoção é maior, a atenção diminui, a audição deteriora-se e o risco de morte por um acidente fatal aumenta”.
ÀS 36 HORAS: A SAÚDE FÍSICA COMEÇA A SER AFECTADA NEGATIVAMENTE
É tempo de falar de riscos reais para a saúde. Com estas horas de privação do sono, são encontrados níveis elevados de marcadores inflamatórios na corrente sanguínea. Podem eventualmente conduzir a doenças cardiovasculares e a tensão arterial elevada.
A atenção e a concentração são mínimas e o corpo vai para o que se chama piloto automático.
ÀS 48 HORAS: MICROSSONOS E DESORIENTAÇÃO
Depois de dois dias sem dormir, o corpo começa a compensar, fechando-se naquilo a que se chama microssonos. Episódios que duram meio segundo a meio minuto e são geralmente seguidos por um período de desorientação. “A pessoa que experimenta um microssono adormece independentemente da atividade em que está envolvida”, diz Cralle. Os microssonos são semelhantes aos blackouts, e uma pessoa que os experimenta desconhece que estão a ocorrer.
Lembre-se de que o descanso é um pilar fundamental da nossa saúde.
